terça-feira, 17 de agosto de 2010

P478-Inventar com carinho

Em tempos já remotos, na defesa dos ideiais lusitanos, foram hóspedes do povo guineense. Hoje, resolveram retribuir o serviço prestado pelas populações levando-lhes amor e pão. No espírito desses ex-combatentes do exército português, as matas da Guiné há muito que ficaram para trás. Ficar para trás sim, mas só num sentido, o da obrigatoriedade de cumprir o serviço militar. Porque nunca a Guiné esteve tão presente no coração e na alma desses homens, como nestes tempos em que ela atravessa um dos momentos mais críticos da sua história. Momentos esses que os ex-combatentes vivem com paixão à volta da associação denominada Tabanca Pequena de Matosinhos – Grupo de Amigos da Guiné, para contribuir com mais pejo no desenvolvimento desse país. A guerra colonial, hoje um lamento de todos, transformou-se por estes Tabanqueiros – como gostam de se prenominar, em guerra de solidariedade, guerra de sustentabilidade, guerra de saneamento. E nessa guerra possuem uma pontaria digna de registo. Pois graças a esta associação, Amindará e Medjo já têm água potável, “bomba eléctrica e um depósito que permite alguma sustentabilidade no fornecimento de água às populações”- lê-se no blog da associação, uma importante campanha de ajuda à Clínica pediátrica de Bor foi lançada há tempos ... e isto não vai ficar por aí, jura quem sabe!
Infelizmente a Guiné-Bissau, faz parte desses estados africanos que depois de terem apostado no nacionalismo, no panafricanismo e noutros desenvolvimentalismos, acabaram por se desorientar sem pé nem fé. Hoje o país pede socorro. A Tabanca Pequena de Matosinhos - que na realildade de pequena só deve ter a sua conta bancária (a bom entendedor...), compreendeu o desafio que é preciso afrontar para dar mais cabedal aos orgãos vitais do sistema. E se amar um país é sonhar e inventar com carinho motores de impulsão para o seu progresso, pelo que tive a oportunidade e o privilégio de assistir nos almoços semanais das quartas-feiras organizados em Matosinhos (Porto) por esta associação, os portugueses aí envolvidos, homens e mulheres juntos, são capazes disso. Como é o exemplo da ”... Natália que na proxima quarta feira lá vai de novo para a Guiné distribuir amor e pão.”. Na Tabanca Pequena de Matosinhos, a aposta não é um jogo de tristezas nem de emoções, mas sim um programa de amor e de saudade que não tem nada a ver com o saudosismo. Quem não acreditar consulte o blogue
É a convicção de quem estas linhas assina.

Norberto Tavares de Carvalho

Sem comentários:

Enviar um comentário